Recentemente precisei trocar as cordas do meu violão.
Eu comecei a tocar na adolescência, porque participava de um grupo de jovens da igreja.
Nunca tive com o instrumento a facilidade natural que muitas pessoas possuem, pois conseguem ouvir uma música e sair tocando ou afinar o violão de ouvido. Eu sempre usei um afinador eletrônico!
Quando deixei de participar do grupo, o violão ficou um pouco de lado.
Voltei a tocar, quando em 2012, tive férias prolongadas no Brasil enquanto trocava de trabalho e tornei a participar de um grupo da igreja.
Quando retornei para os Emirados Árabes, até comprei um violão! Mas só voltei a tocar mesmo depois que decidi tocar mantras nas aulas de Yoga.
O que a história do violão tem a ver com o título deste post?
Eu não trocava as cordas do meu violão há anos. Quando eu era adolescente fazia isso de forma intuitiva e dava certo.
Dessa vez passei um pouco de trabalho e tive que recorrer aos tutoriais do YouTube.
Após assistir 3 tutoriais de professores diferentes, cada um explicou de uma forma (inclusive com instruções completamente opostas).
Mas os 3 disseram algo parecido: “esta é a minha forma de fazer, não tem certo ou errado, se seu professor fizer de forma diferente, está tudo bem!”
No Yoga, já ouvi muitos professores dizendo “o meu Yoga é o original”, ou “o meu curso de formação é o original”.
E, muitas vezes, com seus ajustes ou variações de posturas e pontos de vista, acabam invalidando outros professores e escolas.
Já estive até em uma aula como aluna (em que o professor não sabia que eu era professora), e, após a aula, ele corrigiu a maneira como alguns alunos estavam fazendo o exercício de respiração ao trazer a mão no rosto para alternar as narinas.
Uma aluna foi até esse professor argumentar, e eu ouvi exatamente isso: “o curso dele ensinava o Yoga real, era a sua missão ensinar o certo”. Pontos de vista.
Yoga é para ser uma prática leve e livre de julgamentos. Ajustes em posturas são para que possamos aproveitar melhor a postura, estando livres de riscos de lesões, e não para encontrar “o erro”.
Durante a prática, cada pessoa terá uma jornada diferente, e, como professores, devemos guiá-las, jamais podá-las.
Para finalizar minha reflexão, tanto no Yoga quanto na vida vamos buscar em tudo a essência, sem rótulos.
Nem sempre o caminho diferente é um caminho errado!
O importante é o como nos comportamos, o que aprendemos e vivenciamos durante a jornada.
Obs.: As cordas do violão foram trocadas com sucesso!