Depois do terremoto

by - 04:11


Não escrevo faz tempo. Estive envolvida com minhas atividades do dia-a-dia e embora atualizar o blog estivesse na minha lista de coisas para fazer, fui adiando. Porém como terei férias, decidi priorizar o blog hoje.
Os dias que passaram depois do terremoto foram bem difíceis. Eu não conseguia simplesmente esquecer do que vi e seguir minha vida. Dormir era difícil. Na hora de dormir todas aquelas cenas vinham na minha cabeça. Por algum tempo eu dormi com a luz acesa. Conversar com as pessoas não adiantava muito. Parece que não é todo mundo que está pronto para ouvir.
Eu resolvi respeitar meu tempo. Tentar me distrair fazia eu melhorar por algum tempo, mas depois da distração a realidade triste que deixei para trás voltava na minha mente. Eu queria ajudar, mas parecia que por mais que eu fizesse nunca seria o suficiente. A situação era catastrófica. Eu me sentia uma formiga. Mas ajudei como pude, o que me serviu de conforto naqueles dias. Volta e meia eu tinha pesadelos com terremotos.
Já se passaram 6 meses. Em setembro fui 6 vezes para o Nepal, o que foi ótimo para mim pois pude aproveitar minha viagem de trabalho para ajudar um pouco.
E nestas 6 viagens o que eu vi foi reconstrução! Vi pessoas que se viram com os recursos que estão disponíveis. Que não desanimam. Eles estão lá trabalhando, se virando, sem reclamar. Ainda é possível ver prédios destruídos, mas aonde há destruição há também pessoas trabalhando para reconstruir.
No dia do terremoto fiz amizade com uma menina nepalesa e mantivemos contato durante estes meses. Ela me levou em lugares incríveis. O Nepal é um país muito rico em natureza! Vi muito verde! Tirei muitas fotos! Comprei presentes. Comi aquela comida super apimentada mas cheia de sabor!
No fim com toda a tristeza que esse povo passou, quem passa por lá vê um povo que não desiste. E se não dá de um jeito, eles tentam de outro. Se ajeitam com o que tiver disponível. E continuam vivendo, sem desanimar, continuam acreditando que tudo irá melhorar.
A espiritualidade é muito forte neste país. Diferentes religiões vivem em harmonia. Eu vi o país destruído no final de abril e fiquei muito contente de voltar e ver tudo indo pro lugar. Eles continuam batalhando por um futuro melhor. Outras dificuldades surgiram, problemas políticos, veio a crise do combustível (desculpem não me aprofundar, mas não quero que minha postagem fique longa e cansativa), mas igual os nepaleses continuam lutando e quando conversam são positivos em relação ao futuro.
De todos os lugares que conheci posso dizer que me sinto em casa em Kathmandu. E sempre deixo o Nepal com vontade de voltar.
Falarei um pouco dos lugares que visitei nas próximas postagens e também escreverei sobre outros destinos. Nesta postagem encerro o assunto do terremoto, afinal por pior que tenha sido, felizmente passou e a vida continua! Naquela época era difícil para mim pensar assim, mas a vida se renova! E vi muita vida, muito verde e muita alegria por lá!
Obrigada pela visita!

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