Momento de balanço
Hoje estou em casa, em standby. Ainda faltam 6 horas para meu standby acabar e acredito que hajam poucas chances de ser chamada, porém eu não conto com a sorte. Então como não posso sair, só posso esperar calmamente o tempo passar e eu ser ou não chamada para um vôo, resolvi enfim atualizar meu blog.
Nos últimos
meses, desde minha última atualização, estive ne Itália com meus pais, foram
férias incríveis. Estive também na Espanha pela primeira vez. E andei por
outros lugares que já conhecia.
E como todo
final de ano, fiz uma faxina geral nos minhas coisas, me desfazendo do que não
preciso mais, e ao mesmo tempo fazendo um balanço da minha vida. Estou fora do
Brasil desde outubro de 2006. Andei por vários lugares, e convivi com pessoas de
diferentes nacionalidades, culturas e religiões. Tenho visto de tudo.
Posso dizer
para vocês que nunca se sabe quem irá lhe ajudar. E que quando você está
sozinho do outro lado do mundo, pode precisar da ajuda de desconhecidos. E que
essas pessoas podem ser completamente diferentes dos amigos que você tem em
casa. Que vale a pena não julgar. Conhecer crenças diferentes e decobrir que
elas se assemelham aos ensinamentos de Cristo. Talvez até com uma linguagem
mais simples.
Vale a pena
ser simples e apreciar a natureza, a chuva, pois raramente chove onde moro, e
no verão com 50 graus é impossível andar em um parque.
Ter
diálogos com Deus traz clareza para as idéias. Renunciar ao ego faz bem também.
E a frase de Ghandi “Seja a mudança que você quer ver no mundo” faz muito
sentido. Concordo que não posso mudar o mundo, mas posso fazer minha parte.
Posso separar o lixo. Posso poupar água. Posso vigiar meus pansamentos e
palavras. Posso orar pelos meus irmãos. Posso ser uma boa ouvinte. E de pouco
em pouco, se cada um começar a ver o mundo com mais fé e esperança, as coisas
irão se ajustando. Pode levar tempo, mas tenho fé.
E não é
necessário ser presidente da República, ou líder religioso para promover essas
pequenas mudanças. Fazendo nossas atividades diárias bem feitas, já estaremos
contribuindo. Sendo bons amigos, pais, filhos. Sendo bons com quem convivemos,
com quem chega em nosso caminho já é um começo.
Esses
tempos voei com uma menina indiana. Minha primeira impressão sobre ela não foi
boa. Parecia uma pessoa fechada, de poucos amigos. Em uma conversa enquando
estávamos a caminho do aeroporto eu mencionei que seguia o que me fazia sentir
bem (falando de espiritualidade). E dialogamos muito sobre espiritualidade.
Aquela menina que em um primeiro momento achei fechada me deu uma aula. Ela é
hindu. Me contou que desde criança a mãe colocava ela e o irmão para meditar,
todos os dias, sentadinhos, meia hora. Comentei com ela que ando tentando criar
uma disciplina de meditação diária e das dificuldades que encontro e ela me deu
dicas valiosas.
Ela me
falou de respiração. Me deu dicas de como me concentrar. Me indicou vídeos para
assistir no YouTube, não apenas sobre meditação mas espiritualidade. E
conversando com ela percebi que ela tinha uma aura leve. Tivemos uma conversa
muito agradável. Nunca mais falei com ela depois deste vôo mas aprendi muito
com esta menina em pouco tempo. Ela é um exemplo de como podemos nos doar de
forma simples e que sempre temos algo para oferecer.
Eu também
quase nada sabia sobre budismo. Até que comecei a ir para Tailândia e ver os
monges nas ruas. Os altares por todos os lados com incensos. Depois conheci o
Nepal, país onde Buda nasceu. E fui lendo alguma coisa aqui, outra ali,
visitando templos, incluindo o belíssimo templo que temos em Três Coroas e vi
que o Budismo é leve. A mensagem também é de amor e compaixão. O budismo é
ainda mais antigo que o cristianismo, e Buda na verdade era um príncipe hindu.
Quero
continuar buscando. Aprendendo aqui e ali, seguindo o que me trouxer paz e
tentando fazer minha parte bem feita. Acredito que já seja alguma coisa.
Peço
desculpas por não estar falando dos lugares que visito ou dando dicas de
viagem. Mas neste início de ano resolvi fazer uma reflexão. Tenho muita coisa
para aprender nesta vida, e acredito que buscar apenas por conforto,
estabilidade e diversão não é suficiente. Essas coisas não nos seguram em
tempos difíceis. Mas nossa fé e as pessoas que estão próximas de nós sim!
Que 2016
seja um ano iluminado e que sejamos a mudança que queremos ver no mundo!
Namaste!